quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sobre Críticas ao artigo "Homeopatia e Preconceito":

"Tendências e Debates" publicou artigo do Dr. Marcus Zulian sobre Homeopatia e Preconceito. Dias depois na seção do Leitor da Folha foi feita a seguinte crítica ferina que a Homeopatia sofre desde a sua criação como alternativa terapêutica.
Crítica:
"Novamente os homeopatas tentam explicar o impossível. Ela é pseudociência, é misticismo, é religião, é mágica, mas certamente não é medicina (embora apenas no Brasil oficialmente o seja). O paciente tem o direito bioético de escolher como se tratar, mas quem é médico tem a obrigação técnica e ética de prover o melhor para aquele que o procura, baseado em evidências científicas.Fora disso, quem quiser milagres, que vá ao templo; quem quiser mágica,que vá ao circo. Aliás, por que apenas medicina alternativa? Existem engenharia ou Justiça alternativas?CELIO LEVYMAN , médico (São Paulo, SP)
MINHA RESPOSTA:
"A Homeopatia para ser compreendida deve ser estudada. Para a prática homeopática o médico faz não apenas a graduação médica, mas também a Pós-Graduação em Homeopatia. A compreensão da doença, assim como do doente, diferem da abordagem alopática e muitos médicos podem ter esta dúvida. Nós, homeopatas, compreendemos a conduta que orienta a escolha medicamentosa com maior discernimento para então prescrever aos pacientes uma cobertura integral do seu tratamento. Como médica homeopata há 27 anos, no SUS há 15, posso atestar a eficiência e eficácia deste método terapêutico e comprovar através dos trabalhos científicos apresentados por mim e por colegas cientistas que relatam casos clínicos onde foram alcançados resultados diferenciados através da Homeopatia. Acabei de publicar trabalho onde comprovo a eficácia dos métodos incluídos nas Práticas Integrativas e Complementares como Homeopatia, Acupuntura e Chi-Kung no tratamento do tabagismo, por exemplo, em comparação com o tratamento alopático preconizado. O preconceito apresentado como rejeição pura é ignorância e reflete um problema que na Humanidade gera tanto sofrimento e impede o desenvolvimento e liberdade dos povos.
Marise Cardoso Lomba- CRM-RJ-5239860/9; marisepiti@uol.com.br

sábado, 24 de julho de 2010

Na Lei 8080/90 foram preconizadas as seguintes diretrizes do SUS: eqüidade, universalidade, integralidade, controle social. Integralidade (O conjunto contínuo e articulado de ações e serviços, preventivos e curativos, individuais e coletivos, em todos os níveis de complexidade é considerado como um direito básico): Esta é uma questão importante. Os gestores acham que o problema é que os especialistas demoram a atender ou que a Rede não absorve tanta gente ou ainda que há elevado nível de abstenção (os pacientes faltam a consulta marcada). O problema é mais amplo. Se o serviço de atendimento fosse efetivo as pessoas não precisariam ser encaminhadas ao "gargalo" do SUS com filas de espera; Ou este serviço poderia ser feito na própria Unidade de Saúde do bairro acompanhado por seu Médico de Saúde da Família, com uma consulta em seu próprio prontuário para uma compreensão total do que o faz adoecer e o que seria necessário para sua recuperação como apontado na proposta dos NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) que inclui abordagem Homeopática, Acupuntura, Terapia Holística, Fisioterapia entre outras Práticas Complementares. Assim poderíamos garantir esta dimensão do atendimento. Por que a dificuldade de se introduzir este serviço nos Atendimentos da Saúde da Família do SUS? Por que aumentar rede de Urgência quando há muito compreendemos que "Prevenir é Melhor que Remediar?" Esta visão é a contra-mão do que foi compreendido no paradigma preconizado pela ciência das academias. Será que estas estão distantes demais de nossa prática? Vamos pensar!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

I PARTE:Política de Saúde no Brasil

Histórico resumido: A história da Saúde Pública é uma questão política, pois caminha junto com a relação entre o povo e seus governantes. Já podemos começar a responder as questões levantadas no perfil deste blog através da reflexão deste histórico.
Século XX – Guerra das Epidemias (Cólera, Varíola, Peste, Tuberculose, Malária e Febre Amarela em São Paulo e no Rio). Atenção à Saúde: “SANEAR – RIO” ·
Revolta da Vacina. O Código Sanitário e a Reforma Sanitária organizaram a Saúde que antes dependia da caridade alheia e das benzedeiras - Ação filantrópica mantida pela Igreja. Depois a Saúde Pública introduz noções Educativas e Preventivas de forma burocrática e estabelece critérios para organizar atendimento à população com assistencialismo para controlar a população através da meta de melhorar condições de vida.

As Caixas de Assistência e Previdência, em 1923, atendiam categorias profissionais e aos seus afiliados da Marinha, dos Transportes ou Comerciários. A Industrialização direcionou atendimento médico às populações com vinculo empregatício.
Cria-se o Ministério da Saúde em 1953- Falta de eficácia, dificuldades técnicas e de recursos, além do clientelismo prejudicavam Saúde Coletiva líderes políticos trocavam ambulâncias leitos hospitalares profissionais de saúde e vacinas por apoio político eleitoreiros. Por outro lado crescia noção comprometida do sanitarismo, promoção da saúde e condição social. A Lei Orgânica da Previdência Social em 1960 estrutura, mas não uniformiza os benefícios à toda população e aumenta rede excluída. Em 1967 fundem-se os IAPAS-INPS-Instituto Nacional de Previdência Social- que prestaria atendimento a todos trabalhadores formais. Década de 70 de INAMPS-Assistência Médica da Previdência Social além da rede formal estendia-se aos trabalhadores rurais através do FUNRURAL e as Urgências atenderiam os pobres e indigentes nas redes do INAMPS como conquistas parciais. Planos de interiorização e o Sistema Nacional de Saúde definem tipos de assistência que foram marcos administrativos O Sistema Nacional de Saúde (SNS) definiu dois grandes campos institucionais: O Ministério da Saúde (MS) e o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS).
Esses marcos administrativos das Políticas de Saúde Pública no Brasil, entre 1923 e 1975 delimitam duplicidade entre assistência e previdência, entre a prática curativa, individual e assistencialista especializada em detrimento a Saúde Pública coletiva priorizando capitalização da Medicina Privada.
Modelos de Políticas de Saúde com Integralidade da Atenção perfilam paradigmas crise da Previdência Social buscar racionalidade da oferta dos serviços da Rede Pública de Saúde. Conselhos para reorganizar prestação dos serviços de saúde em 1981 com diversos representantes políticos, ministérios trabalhadores empresários alocar recursos no Sistema de Saúde com mecanismos de controle de custos, parâmetros de credenciamento de médicos e hospitais, consultas e hospitalizações legalizadas racionalmente. Universalização dos serviços, integralização e unificação com descentralização das ações em direção aos municípios e as famílias AIS interinstitucionalização e de Gestão Colegiada Esfera de governo Comissão Interministerial de Planejamento e coordenação - CIPLAN.
Ministérios da Previdência, Saúde, Educação e, mais tarde, Trabalho, e das Comissões Interinstitucionais Estaduais, Regionais e Municipais (CIS, CRIS, CIMS, etc), consolidou-se um espaço institucional de pactos de políticas, metas, recursos e gestores entre si, prestadores e usuários em Comissões. (CONTINUA)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Reunião de sensibilização antitabagista no Posto de Saúde do Manejo em julho de 2009 com a presença de 98 pessoas, 1 acupunturista, 1 Terapeuta Chi-Kong, 1 Terapeuta shi=a-tsu, 1 dentista, 1 estagiária de RH e 2 médicas de Saúde da Família.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O médico sanitarista, um dos fundadores do Sistema Único de Saúde brasileiro e secretário de Estado da Saúde de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata, de 57 anos, faleceu no sábado, dia 17 de julho, vítima de infarto do miocárdio. Luiz Roberto Barradas Barata se formou pela Santa Casa de São Paulo em 1976 e, dois anos depois, especializou-se em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. Foi um dos fundadores do SUS. Sempre esteve à frente na luta pelo aprimoramento do sistema de saúde e por melhores condições de vida para a população. Ocupou cargo de assessor dos ex-ministros da Saúde Adib Jatene e José Serra. Foi chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo em 2003. Lamentamos muito e compreendemos mais um motivo que fortalece a proposta deste blog. "A luta continua!"

Saúde Pública - Sonho Possível

"Quer melhor? Vem fazer!" Há tempos li esta frase e refleti que com muito trabalho prático focado no sonho de uma perspectiva social efetiva da prestação da Atenção Pública poderemos realizar um Sistema Único de Saúde integral.
Este blog tem a intenção de refletir uma forma de alcançar o que se pretendeu e se frustrou por problemas políticos, estruturais, sociais, gestores, diversas compreensões e intenções.
Por que o SUS fica limitado em suas ações? Por que há descontinuidade dos serviços com a mudança política governamental? Por que há falta de responsabilidade com a comunidade? Por que contrariam os princípios que definem o SUS sem nenhum compromisso com a sua implantação? Se o SUS é o melhor serviço público de saúde do Mundo por que os gerentes e gestores não são obrigados a responder criminalmente quando contrariam o que foi planejado e está previsto na Constituição?
A Organização Mundial de Saúde deveria ter algum instrumento de intervenção contra os bloqueadores dos serviços públicos. Vamos refletir juntos! Durante 365 dias usarei este espaço para "esta re-construção" do meu, do nosso sonho! Viva o SUS! Participem pois só assim será possível esta aventura. "O sonho que se sonha só é só um sonho, o sonho que se sonha junto é realidade!" (Raul Seixas)